Gente Serrana Importante


Prof. Doutor António de Arruda Ferrer Correia

Porf. Doutor Ferrer Correia
Nasceu no Lugar do Senhor da Serra, Semide (Miranda do Corvo), a 15 de Agosto de 1912.

Carreira académica. Doutor em Direito em 1939. Professor Catedrático desde 1948. Leccionou: Introdução ao Estudo do Direito, Direito Civil, Direito processual Civil, Direito Comercial e Direito Internacional Privado.

Cargos exercidos. Membro da Comissão Revisora do Projecto da Parte Geral do Código penal. Presidente da Comissão de Revisão do Código Comercial. Director da Faculdade de Direito. Presidente da 1ª Comissão de Gestão da Faculdade de Direito. Reitor da Universidade de Coimbra. Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.

Distinções. Grã-Cruz da Ordem de Mérito de Itália. Grã-Cruz da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha. Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública. Grã-Cruz da ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra. Medalha do Conselho de Miranda do Corvo. Reitor Honorário da Universidade de Coimbra,. Membro emértio da Academia Internacional. Membro honorário da Academia de Ciência de Lisboa. Membro honorário dos Advogados Brasileiros. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Averito. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Santos. Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Intemporalidade



















Casa do séc. XIX

Escola

    Na localidade do Senhor da Serra existiu, até ao ano lectivo de 1967/68, um Posto Escolar com uma docente. A escola funcionava numa casa particular, pertencente a D. Maria Altina Ferrer Lemos Torres.     Em 1968 foi construído, segundo o Plano dos Centenários, um edifício com duas salas destinado ao Ensino Primário. No ano lectivo de 68/69 foi colocada uma professora profissionalizada efectiva e em 19 de Agosto de 1969 foram criados mais dois lugares em Diário do Governo.
    No ano lectivo de 69/70, passou a existir uma turma de 5.ª classe (Ciclo Complementar). Em 1973, surgiu um projecto inovador que se veio a constituir como uma experiência piloto de educação integrada, na qual o Jardim de Infância se interliga com outros ciclos de Ensino Básico. Assim, seria possível minimizar as carências de nível alimentar e de alfabetização. A Escola poderia desenvolver as crianças em todas as suas aptidões, sem choques entre os diferentes ciclos, possibilitando-lhes uma educação com base nos seus interesses reais.
    O Conjunto Escolar Experimental do Senhor da Serra foi criado por despacho do Ministro da Educação Nacional de 1 de Outubro de 1973, face às disposições do Decreto-Lei n.º 47587 de 10 de Março de 1967, e entrou em funcionamento em Outubro de 1973. Este projecto incluía os Ciclos Elementar e Complementar do Ensino Primário e de Educação Pré-Escolar.
    Era altura de começar a desenvolver esforços para a construção de uma cantina e de um espaço apropriado para o funcionamento do Ensino Pré-Escolar. Em 1973 surgiu o apoio de Ferrer Correia e da sua esposa, quer pessoalmente, quer através da Fundação Calouste Gulbenkian. As despesas da construção da cantina foram custeadas, em partes iguais, pela população do Senhor da Serra e pelo Professor Doutor Ferrer Correia. O actual edifício do Jardim de Infância, construído junto à Escola Primária, foi suportado financeiramente pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1975/76.
    Dava-se assim início a uma experiência única no país, que congregava o Ensino Pré-Escolar e os ciclos Elementar e Complementar do Ensino Primário. No ano lectivo de 1985/86, o Ciclo Complementar deu lugar ao 2.º Ciclo do Ensino Preparatório.
    No ano lectivo de 1989/90, através do Decreto-Lei n.º 157/89 de 12 de Maio, foi criado o Centro Escolar do Senhor da Serra (CESS) explicitado pelo Decreto Regulamentar n.º 6/90 de 20 de Março, que definiu um período experimental suplementar de 5 anos, com a frequência de crianças desde os 3 anos de idade até ao 3.º Ciclo de Ensino Básico.
    Em Maio de 1989, durante a visita do então Ministro da Educação, Roberto Carneiro, a designação do nome da Escola foi alterada para Centro Escolar do Senhor da Serra, conforme o Decreto-Lei 157/89. Em 1991, a primeira Escola Básica Integrada portuguesa passou a designar-se Centro Escolar do Professor Doutor Ferrer Correia.
    No ano lectivo de 1994/95 funcionou nesta escola o Ensino Supletivo Nocturno e, em 1998/99, iniciou-se o Ensino Recorrente Nocturno por Unidades Capitalizáveis para Alunos Trabalhadores-Estudantes (SEUC).

A Serra na História

na sexta linha - Fonte: "O Cidadão Lusitano" pág. 54, de Innocencio Antonio de Miranda, 1822
In: "O ecco: jornal crítico, litterario e político", Edições 251-300‎ - Página 4145 - 1838
In: "Memorias da vida" de José Liberato Freire de Carvalho, 1854, pág 108
Reparem que o livro é de 1862, ora sendo a Serra "frequentada há mais de três séculos", significa que a Serra já era conhecida em 1560
In: "Diccionario geographico abreviado de Portugal e suas possessões ultramarinas" de Francisco dos Prazeres Maranhão e Manoel Bernardes Branco, 1862, pág. 207
In: "Mil e um mystérios: romance dos romances" de Antonio Feliciano de Castilho, 1845, pág. 132
In: "Revista universal Lisbonense" de UMA Sociedade Estudiosa, Volume 3, 1845, pág. 336

In: "Historia do cerco do Porto: precedida de uma extensa noticia sobre ..., Volume 2" de Simão José da Luz Soriano, 1849, pág 470
In: "Amor e melancolia, ou, A novissima Heloisa" de António Feliciano de Castilho, 1861, pág. 321








Música

Várias são as músicas, cantares populares, quadras que se referem ou fazem referência ao Senhor da Serra...


          Senhor da Serra acudi-me
          Que eu não sei donde estou!
          Ou os ares abaixaram
          Ou a terra alevantou!
...


          Divino Senhor da Serra
          Que lá está no cabecinho.
          Muito calor que lá esteja
          Sempre lá bole um ventinho.
...


          Os mesmos padres da missa
          Ao inferno são chamados:
          Inda querem ter mais filhos
          Que os próprios homens casados!
...


"Durante a Quaresma, quando os rapazes de Ceira veem, pedir esmola para as almas, tôda a população acorre a ouvir, num recolhimento cheio de respeito:


          «Aqui me tens a cantar
            À porta da tua sala.
            Se estás a dormir, acorda.
            Se estás acordada, fala.


            As almas do purgatório
            Nos mandaram aqui vir
            Que lhe dèsseis vós a esmola
            Para do fogo sair.


            Não vos pedem as fazendas
            As almas da Natureza,
            Pedem só as migalhinhas
            Que crescem da vossa mesa.


            A esmola que dais ao pobre
            Não cuideis que a comemos
            Que é p'rás missas, e p'rás almas,
            É devoção que nós temos.


            A esmola que dais ao pobre,
            Se a dais com devoção,
            Neste mundo tens o prémio
            E no outro a salvação.


            À porta das almas santas
            Bate Deus a tôda a hora
            Almas santas lhe preguntam:
            - «Ó meu Deus que quereis agora?»


  bis      - «Quero que venhais comigo
  bis      Para o reino da guelória».


            Vinde, vinde, Senhor, vinde!
            Vinde, vinde, não tardais (?)
            Tomar posse da noss'alma
            Que de vós não se apartais. (?)


            Já o sacrário está aberto,
            Já o Senhor lá está dentro.
            Já podemos adorar
            Ao Divino Sacramento.


            Ajoelhemos por terra


e todos, de chapéu na mão, ajoelham respeitosamente. Continua o côro:


            Já não somos os primeiros.
            Deixai passar Jesus Cristo,
            Deus e Homem verdadeiro.
In: Evolução do Senhor da Serra, de Joaquina M. de Oliveira Flores, 1935

Gastronomia

 Breve História 1

Segundo a lenda, a chanfana terá surgido no Mosteiro de Semide. Até ao final do século XIX, todos os agricultores eram obrigados ao pagamento de foros. O mosteiro de Semide era quem recebia os foros dos moradores do seu couto. Muitos dos moradores, porque eram pastores, pagavam as suas «rendas» com cabras e ovelhas.
Como as freiras não tinham possibilidade de manter tão grande rebanho, descobriram esta fórmula para cozinhar e conservar a respectiva carne, aproveitando também o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros, o louro, que tinham na quinta, bem como os alhos e demais ingredientes. Surge, assim a chanfana que era religiosamente guardada ao longo do ano nas caves do convento.

 Adaptado de “Gastronomia – Miranda do Corvo” de Mª Teresa Osório e Mª Helena Duarte



Chanfana à moda do Senhor da Serra 

Ingredientes por caçoilo:
1, 5 kg de carne de carne de cabra (velha, de preferência)

1 cabeça de alho
1 colher de sopa de colorau
cravinho
2 ou 3 folhas de louro
sal q.b.
cobrir de vinho tinto.

Corta-se a carne em postas. No caçoilo coloca-se a cabeça de alho limpa e as folhas de louro. Em seguida, coloca-se a carne, o colorau, o cravinho e o sal. Por fim, cobre-se tudo com o vinho tinto e com algumas gorduras da cabra.
Aquece-se o forno bem quente (normalmente é o forno da broa). Deixam-se ficar as brasas que vão servir para manter a temperatura e introduzem-se os caçoilos e «esquece-se» até o forno esfriar, o que leva cerca de 3 horas. A entrada do forno é barrada com cinza ou farinha para manter o calor. Ao fim deste tempo, tiram-se os caçoilos, rectificando de sal, se for necessário.
Serve-se no caçoilo em que cozeu, com batatas cozidas e com os famosos grelos do Senhor da Serra.
Este prato é rigorosamente obrigatório em todas as festas e bodas desta região. Nunca deverá ser feito no dia em que é servido, mas na véspera ou antevéspera, aquecendo-se muito bem antes de servir.

Sopa de Casamento


Trata-se de um aproveitamento óptimo do molho da Chanfana, que nunca é totalmente consumido. Como é muito saboroso e rico não só em gordura mas também nos sucos de carne, seria pena desperdiçá-lo.

Confecção:
Cozem-se as couves, preferência lombarda ou troncha.
Numa caçoila de barro dispõe-se uma camada de couves cozidas, uma camada de pão em fatias e assim sucessivamente até acabar com as couves. Deita-se por cima o molho, aquecido, da chanfana. Vai ao forno quente para apurar e tostar um pouco. 

Negalhos

Consta que a origem dos negalhos remonta à época da terceira invasão francesa. Estando a rarear a carne porque os franceses roubavam os rebanhos, a população teve de aproveitar tudo, inclusivamente as tripas dos animais, cuja carne utilizava habitualmente na sua alimentação.
Experimentaram, então, cozinhar as tripas segundo a receita da chanfana e deu resultado.
 

Ingredientes:
Bucho de cabra cortado aos bocados grandes
Tripas de cabra cortadas em bocados grandes
Vinho tinto
Cabeças de alho inteiras
Sal
Louro

Confecção:
Lavam-se muito bem as tripas e o bucho e deixam-se ficar com limão e sal durante algumas horas.
Dentro de cada bocado de bucho colocam-se bocadinhos de tripas fazendo-se uma “bola” que se cose com linha.
Deitam-se as bolas numa caçoila de barro preto com vinho tinto. Tempera-se, a gosto, com louro e cabeças de alho inteiras.
Leva-se a caçoila ao forno de lenha bem quente. A porta do forno deve ser vedada com barro, como para a chanfana. Também como para a chanfana, os negalhos ficam no forno até ao dia seguinte e, antes de os servir, com batata cozida, aquecem-se à lareira. 


Arroz-doce

O arroz-doce é uma sobremesa obrigatória nas bodas de baptizado e de casamento.
É ainda hoje usado nesta região como participação de casamento e pretexto para apresentação do noivo. As raparigas do povo, juntamente com a mãe e o noivo, visitam as famílias que conhecem e que não foram convidadas para o casamento, oferecendo uma travessa de arroz-doce, transportada numa cesta e coberta com um pano de linho feito nos teares manuais. Ao fazerem a devolução das travessas, entregavam também os seus presentes de casamento.

Ingredientes:
250 grs de arroz
1 litro de leite
300grs de açúcar
1 limão
canela em pó
 

Confecção
Coze-se o arroz em água com umas pedrinhas de sal.
Coloca-se o leite ao lume com o açúcar e a casca de limão cortada fininha e, logo que o arroz esteja a meio da cozedura, deita-se sobre ele o leite, que também deve estar a ferver.
Deixa-se cozer bem e serve-se em travessas polvilhado de canela

 Adaptado de “Gastronomia – Miranda do Corvo” de Mª Teresa Osório e Mª Helena Duarte

Nabada (Doce conventual de Semide)

Ingredientes:
1 Kg de nabos
cerca de 500 gr de açúcar
50 gr de amêndoas
sal

Escolhem-se nabos muito bons e doces.
Descascam-se, cortam-se às rodelas e cozem-se em água ligeiramente temperada com sal. Escorrem-se e colocam-se as rodelas de nabo em água fria durante quarto dias, renovando a água diariamente. A esta operação dá-se o nome de corar. Escorrem-se os nabos, espremem-se muito bem num pano e pisam-se num almofariz, tendo o cuidado de retirar os fios e algumas pontas mais duras dos nabos. Pesa-se o puré dos nabos e toma-se igual porção de açúcar. Regra geral, 1 kg de nabos dá 500 g de puré. Leva-se o açúcar ao lume com um copo de água e deixa-se ferver até fazer ponto de cabelo. Nesta altura, juntam-se o puré de nabos e as amêndoas previamente peladas e raladas. Deixa-se o doce ferver como se fosse marmelada, isto é, até se ver o fundo do tacho, tendo o cuidado de mexer constantemente. Guarda-se em tigelas cobertas com papel vegetal, passado por aguardente.
Nota: A operação de «corar» pode ser efectuada, sem prejuízo, no frigorífico.

Súplicas (Doce conventual de Semide)

Ingredientes:

4 ovos inteiros + 8 gemas
400 g de açúcar
500 g de farinhas
1 colher de sopa de canela
Raspa de um limão grande

Batem-se os ovos inteiros e as gemas com o açúcar até estar bem branco.
Junta-se a canela, a raspa do limão e a farinha. Mistura-se tudo muito bem e cozem-se as súplicas no forno em forminhas de queques untadas e polvilhas com farinha.

 (Extraído de uma brochura da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, 1991)


História do Santuário do Senhor da Serra

O nome de Senhor da Serra é sem dúvida um baptismo perfeito para um lugar caracterizado pela sua origem religiosa e a sua situação geográfica no alto de uma serra.
Mas o Senhor da Serra não é só um aglomerado de culto religioso, porquanto ali o romper de um dia de verão difere de qualquer outro.
No fim do dia, em forma de poema, assistimos à perfeita harmonia da natureza com o silêncio divino de um pôr-de-sol magnífico, abençoado por uma brisa magnífica!
Divino senhor da Serra
Que lá está no cabecinho
Muito calor que lá esteja
Sempre lá bole um ventinho
As origens do Santuário do Senhor da Serra estão intimamente relacionadas com a imagem do Santo Cristo colocada onde hoje se ergue a cruz da serra.

Todavia, favorecido por este lugar privilegiado, foi construída pelas freiras de Semide uma capelinha, mandada fazer entre 1653 e 1663, a qual serviu ainda para albergar a imagem do Santo Cristo, cada vez mais visitada devido à fama crescente de milagres.
Foi esta afluência de romeiros conjugada com o aumento do número de habitantes que impôs a construção do actual Santuário do Senhor da Serra.
A iniciativa do actual templo pertenceu ao bispo-conde D. Manuel Correia de Bastos Pina, que nomeou a primeira comissão administrativa da capela em 1897. As obras começaram pelas hospedarias (1899-1900). As da igreja iniciaram-se em 1901, estando concluído o corpo da capela e a torre em Agosto de 1904.

A vinte e um de Agosto de 1896, expirou, no Convento de Semide, D. Maria dos Prazeres Pereira Dias, última freira professa, e, com a morte dela, passou a Capela a ser administrada pelos empregados da fazenda do concelho de Miranda do Corvo, até Agosto de 1897. Neste ano, uma portaria do governo, pelo Ministério da Fazenda, autorizava o Prelado de Coimbra, D. Manoel Correia de Bastos Pina, a nomear uma comissão que recebesse as esmolas do Senhor da Serra e as administrasse. Essa comissão, nomeada a 11 de Agosto de 1897 veio a ser substituída por outra (…). Foi esta comissão que teve a honra de levar a efeito a construção da Capela actual. A 29 de Abril de 1899 resolveu a Comissão começar a obra das hospedarias que ficaram concluídas em 1900. O Divino Senhor da Serra, Capítulo VIII, pág 87, de Senhor Padre Campos Neves.

A capela é uma obra produto das diversas actividades artesanais que se desenvolveram em Coimbra, no fim do séc. XIX e no princípio do XX, em redor da Escola Livre das Artes do Desenho. O traçado é, ele próprio, uma fusão de elementos neo-góticos e românicos -, com predomínio destes, inspirados nos monumentos de Coimbra.

Tem uma só nave. A torre ergue-se a meio da frontaria, rasgando-se na base o portal e rematando ela em pirâmide. A capela-mor, poligonal, é de tipo nitidamente românico.
Lá dentro podemos apreciar o altar-mor dourado que foi executado pelos alunos da antiga Escola Industrial Avelar Brotero em Coimbra sob orientação de João Machado, tal como os belíssimos vitrais, estes sob a direcção do prof. Lapierre.

Outros pormenores de enorme interesse são os azulejos que revestem as paredes, os quais constituem representações de cenas da vida de Jesus, os altares laterais, provenientes Capela da Misericórdia de Coimbra, a pintura do Tecto, obra do pintor Eliseu de Coimbra e o púlpito de pau preto, que constitui uma obra do séc. XVII, originário da Sé Velha de Coimbra.

Outro motivo que justifica a visita ao Senhor da Serra é a oportunidade de provar a célebre chanfana à Senhor da Serra, cuja receita se pensa ter sido criada no mosteiro de Semide: os pastores pagavam os foros com cabras e, como as freiras não conseguiam manter o rebanho e queriam conservar a carne, assavam-na em vinho, também oferecido pelos rendeiros, e juntavam-lhe o louro e os alhos da quinta.
É com o molho e as sobras da chanfana que se confecciona, igualmente, a típica «sopa do casamento», sendo a carne cozinhada em tradicionais caçoilas de barro tapadas com folhas de couve, pois o concelho desenvolveu, nos séculos XVI e XVII, uma próspera industria de olaria de barro vermelho.


Ao Senhor da Serra vai
Gente de toda a nação
Ninguém lá vai que não chore
Da raiz ao coração
Ao Senhor da Serra vai
Gente de toda a comarca
Ninguém lá vai que não chore
Quando o Senhor da Serra se aparta
Retirado da Wikipedia